26.12.09

My daddy died.

My daddy died. Meu pai morreu. Lágrimas, coisinhas interessantes, pedaços fluidos de sentimentos. Surgem na alegria, brotam na tisteza, rolam no sofrimento físico. Choramos nossos momentos de sentimentos mais intensos, liquidificamos nossas emoções mais fartas de pedaços da alma. Seu João Jorge, homem honrado, pai dedicado, honesto, ser humano do qual nenhum vizinho, conhecido ou parente pode apontar desonestidade ou atitude patife. Homem sujeito a erros como todos nós, mas pai como poucos puderam ser. Seus 74 anos de vida cativaram todos aqueles que o conheceram, mas ..., meu pai se foi. Encontra-se nos braços do Pai. Até logo meu pai, sempre sentirei saudades.

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1.3.09

Quem vigia os vigilantes?


Está chegando o dia e a hora em que os homens e os heróis serão confrontados com o conceito de sanidade e de o quanto de louco cada humano é. Se você é são de mente o suficiente para achar que consegue encarar um teste de Rorschach talvez seja são o suficiente para assistir ao filme Watchmen que estréia, finalmente, dia 06 de março.


O filme é baseado em uma série de história em quadrinhos clássica do mesmo nome, escrita pelo quadrinista Alan Moore e publicada em 1986/87 e cujo título baseia-se um uma sátira do poeta romano Juvenal. A obra de Moore passa-se em uma  realidade os americanos teriam vencido a Guerra do Vietnã e estabelecido uma supremacia de poder que dura muito tempo, levando-nos até a década de 80 em seu ponto mais avançado na obra. Tudo isso permeado com a existência de heróis mascarados e tendo como pano de fundo em sua parte final a ascendência do neoliberalismo e posturas calcados em  Ronald Reagan e Margaret Thatcher, expoentes máximos dessa tendência econômica. Tudo isso em uma década de 80 que caminha para uma guerra nuclear entre EUA e URSS mas que tem seu curso alterado por um acidente nuclear que muda a face da história humana. Tudo isso entremeado pelas mordazes, doidas e ferozes críticas do jornaleiro louco que é um entusiasta da teoria da conspiração e trabalha na banca de jornal da foto abaixo.


Embora eu não seja adepto da teoria citada pois não sou chegado a tanta doideira, também sou jornaleiro e a banca onde trabalho é também um pouco diferente da mostrada no filme. Sou um fã de carteirinha da obra de Moore e em especial de Watchmen e vou assistir assim que estreiar.

Espero, como com certeza uma grande parte dos fãs da série em quadrinhos, que o filme esteja o mais próximo possível do espírito da obra original, que certamente foi uma das obras mais marcantes no mundo dos quadrinhos dos últimos cinquenta anos.

3.2.09

Eu consumidor, I Robot.

Somos o sonho de alguém e deixaremos de existir quando esse alguém acordar? Ou será que não somos algo tão complicado como a proposta anterior mas apenas puros e simples consumidores? Já paramos para pensar que ao nos colocarmos como consumidores, agentes ativos no ato de consumir podemos estar ultrapassando a tenuê linha que separa o ato citado do simples consumismo. Consideremos que como muitas vezes cruzamos essa fronteira e avançamos fundo no território além da divisória, entretanto esse ato que nos parece consciente e voluntário pode ser um condicionamento individual com o qual somos acometidos sem nos apercebermos, tendo em vista talvez pelo simples fato de ser um condicionamento coletivo de nossa sociedade de consumo capitaneada pelo neoliberalismo recente. A plataforma de lançamento da sociedadede consumo como a conhecemos nos dias de hoje surge a partir de uma economia devastada e desgastada do pós 2ª Guerra Mundial, que precisava ser impulsionada para sair da estagnação e da falta de consumo. A solução é apresentada pelo analista de vendas Victor Lebow em um jornal sobre vendas no varejo, 1955 Journal of Retailing, página 07, artigo esse com o título "Price Competition in 1955", no qual ele apresenta o que pensava ser a resposta  para o problema diante do qual o mundo sobrevivente ao cataclismo sócio-econômico se encontrava.O trecho abaixo deixa bem claro o pensamento relacionado e o objetivo procurado:
" A nossa economia enormemente produtiva exige que façamos do consumo a nossa forma de vida, que tornemos a compra e o uso de bens em rituais, que procuremos a nossa satisfação espiritual, a satisfação de nosso ego em consumo [...] Precisamos que as coisas sejam consumidas, destruídas e descartadas a um ritmo cada vez maior."
Embora haja controvérsias se o artigo em sua época e contexto seria  antes de tudo uma crítica e não uma recomendação, percebemos que o mesmo foi assumido como receita nas décadas seguntes, recheadas de conceitos e práticas como obsolescência planejada,  obsolescência perceptiva, conceitos girando em torno da escravidão do consumismo e sua consorte chamada moda. Tudo isso nos traz a questão da liberdade de sermos escravos do consumismo controlado pelo capital que governa um sistema que defende que devemos ser livres..., para consumirmos. Como já dizia Zé Ramalho,  em  Admirável Gado Novo,  "Povo marcado
Êh!  Povo feliz!..." .  

2.1.09

Alérgico a gergelim ou alergia a Fidel, coisas do português.

Lendo a coluna de hoje do jornalista Arthur Dapieve no 2º Caderno do jornal carioca O Globo, intitulada Gergelim, me sinto solidário a ele em suas aventuras e desventuras de uma lua-de-mel na Grécia regada a crise alérgica de sua esposa a famigerada sementinha, escondida em um inocente baclavá. Deve ser terrível conviver com alergia a um alimento tão comum e constante nos cardápios atuais.Ainda mais quando ele comenta que a esposa dele "é neta de libanês e passou a infância numa tigela de homus". Eu que me lembre sou alérgico apenas a aliche, pois é só comer algo com o tal peixinho e aparecem logos os calombos pelo corpo.  Entretanto o que me remete a escrever aqui e agora são lembranças de uma aula de língua portuguesa em meus tempos de secundarista, a qual versava sobre gírias e linguajar antigo. Lembro-me que fomos apresentados a expressões como camisa de sete varas, estar com o pai na forca, nosocomio, etc. Muitas vezes perdemos a percepção das origens latinas e gregas das palavras de nosso idioma, mas que a cada segundo insistem em nos presentear com lembranças de onde vieram. Pois voltando ao Dapieve, eis que me deparo com ele gastando o seu grego ainda não sabido em "piyénte me stó nosokomío!", um prosaico leve-me a um hospital! Coisas que me remetem a um tempo em que eu tinha mais cabelo.
No mesmo caderno, em sua coluna de memória do que aconteceu no dia de hoje a 50 anos atrás, somos brindados com um texto publicado no editorial  "Cai um ditador cubano", do jornal americano New York Times onde se escrevia o seguinte sobre a revolução cubana e seus realizadores:
"Outro ditador, o general Fulgêncio Batista, de Cuba, foi deposto em boa hora. Neste momento de triunfo, é necessário pensar, em primeiro lugar em Cuba e nos cubanos, que sofreram a humilhação, a angústia e a glória de quase sete anos de revolução."   O Globo cita que mais adiante  o NYT escreve que  "o poder deve ser ocupado  apenas pelos elementos  que lutaram pela liberdade e pela dignidade da nação cubana. deve ser pago um tributo ao extraordinário jovem Fidel Castro, que, com enorme tenacidade, valentia e inteligência, lutou contra todas as desvantagens, desde que desembarcou na Província de Oriente, a 02 de dezembro de 1956, com seu pequeno grupo de jovens.  Sobre seus ombros repousa uma carga pesada, maior ainda do que a da luta pela liberdade, recém-terminada".
Segundo os alergologistas nem sempre nascemos alérgicos a deteminadas substâncias, porém com o passar do tempo nosso organismo "aprende" ter alergia a determinadas substãncias.  Pelo visto não só a esposa do Dapieve tornou-se alérgica a gergelim após a infância como também com o passar dos anos os americanos passaram a ter alergia ao jovem Fidel Castro, não tão jovem hoje em dia mas causando crises alérgicas até hoje nos yankees.

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