10.10.10

Com enfrentar um vampiro

Embora os zumbis estejam retornando a moda, os vampiros ainda não saíram totalmente da parada de sucessos, portanto não é tão inútil você saber como "lutar" contra um dentuço com sede.

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5.10.10

R.I.P. Ao seu serviço, Zé Boamorte.

Vivendo e matando, vivendo da morte,
longa vida de mortes rápidas.
Continuo vivendo e trabalhando,
vivo e mato, mato para viver.
Minha vida é longa, a deles curta.
Silenciosas facadas em becos escuros,
tiros rápidos e barulhentos
em movimentadas avenidas.
Nada de venenos, sem estrangulamentos.
Não importa o método, porém,
mortes sem sangue são sem estilo.
Gosto do meu trabalho,
aprecio trabalhos bem feitos.
Existem pessoas que não gostam do que fazem,
eu sou apaixonado por mortes bem feitas.
Não tenho raiva de minhas vítimas,
afinal de contas, nenhum nunca reclamou.
O único som que escuto,
é o silêncio dos carneiros.
Eles são carneiros...
Outra coisa importante no meu trabalho,
além do estilo, é a contabilidade.
Conte os tiros
Conte as balas
Conte os cartuchos
Conte as facadas
Conte os corpos
Conte os ataúdes
Some os órfãos
Some as viúvas
Some as lápides
Somando tudo,
com a contabilidade em ordem,
você dormirá tranquilo.
Porém, caso não durma em paz,
conte carneiros.
E, caso nossas vidas se cruzem em caminhos
de morte,
te prometo uma boa morte.
Descanse em paz...

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O Corvo

Existe um poema que, desde que foi escrito e veio à luz, tem causado impacto e admiração em todos que o lêem, seu nome é The Raven(O Corvo) , de Edgar Allan Poe . Um poema que encontra repercussão em todas as épocas e em todas as línguas, inclusive o português, ou curiosidades como o esperanto, até mesmo influenciando a vida de pessoas, como a Anne Varnes. Uma das mais apreciadas traduções para o português é a de Milton Amado, que apresento a seguir:

O CORVO
Edgar Allan Poe (translated by Milton Amado)

Foi uma vez: eu refletia, à meia-noite erma e sombria,
a ler doutrinas de outro tempo em curiosíssimos manuais,
e, exausto, quase adormecido, ouvi de súbito um ruído,
tal qual se houvesse alguém batido à minha porta, devagar.
"É alguém" - fiquei a murmurar - "que bate à porta, devagar;
sim, é só isso e nada mais".

Ah! claramente eu o relembro! Era no gélido dezembro
e o fogo, agônico, animava o chão de sombras fantasmais.
Ansiando ver a noite finda, em vão, a ler, buscava ainda
algum remédio à amarga infinda, atroz saudade de Lenora
- essa, mais bela que a aurora, a quem nos céus chamam Lenora
e nome aqui já não tem mais.

A seda rubra da cortina arfava em lúgubre surdina,
arrepiando-me e evocando ignotos medos sepulcrais.
De susto, em pávida arritmia, o coração veloz batia
e a sossegá-lo eu repetia: "É um visitante e pede abrigo.
Chegando tarde, algum amigo está a bater e pede abrigo.
É apenas isso e nada mais".

Ergui-me após e, calmo enfim, sem hesitar, falei assim:
"Perdoai-me, senhora, ou meu senhor, se há muito aí fora me esperais
mas é que estava adormecido e foi tão débil o batido,
que eu mal podia ter ouvido alguém chamar à minha porta,
assim de leve, em hora morta". Escancarei então a porta:
- escuridão e nada mais.

Sondei a noite erma e tranqüila, olhei-a fundo, a perqueri-la
sonhando sonhos que ninguém, ninguém ousou sonhar iguais
Estarrecido de ânsia e medo, ante o negror imoto e quedo,
só um nome ouvi (quase em segredo eu o dizia) e foi: "Lenora!"
E o eco, em voz evocadora, o repetiu também: "Lenora!"
Depois, silêncio e nada mais.

Com a alma em febre, eu novamente entrei no quarto e, de repente,
mais forte, o ruído recomeça e repercute nos vitrais.
"É na janela" - penso então - "Por que agitar-me de aflição?
Conserva a calma, coração! É na janela, onde, agourento,
o vento sopra. É só do vento esse rumor surdo e agourento.
É o vento só e nada mais."

Abro a janela e eis que, em tumulto, a esvoaçar, penetra um vulto:
- é um Corvo hierático e soberbo, egresso de eras ancestrais.
Como um fidalgo passa, augusto e, sem notar sequer meu susto,
adeja e pousa sobre o busto - uma escultura de Minerva,
bem sobre a porta; e se conserva ali, no busto de Minerva,
empoleirado e nada mais.

Ao ver da ave austera e escura a soleníssima figura,
desperta em mim um leve riso, a distrair-me de meus ais.
"Sem crista embora, ó Corvo antigo e singular" - então lhe digo -
"não tens pavor. Fala comigo, alma da noite, espectro torvo,
qual é teu nome, ó nobre Corvo, o nome teu no inferno torvo!"
E o Corvo disse: "Nunca mais."

Diversa coisa não dizia, ali pousada, a ave sombria,
com a alma inteira a se espelhar naquelas sílabas fatais.
Murmuro, então, vendo-a serena e sem mover uma só pena,
enquanto a mágoa me envenena: "Amigos ? sempre vão embora.
Como a esperança, ao vir a aurora, ele também há de ir-se embora."
E disse o Corvo: "Nunca mais."

Vara o silêncio, com tal nexo, essa resposta que, perplexo,
julgo: "É só isso o que ele diz; duas palavras sempre iguais.
soube-as de um dono a quem tortura uma implacável desventura
e a quem, repleto de amargura, apenas resta um ritornelo
de seu cantar; do morto anelo, um epitáfio: - o ritornelo
de "Nunca mais, nunca mais."

Como ainda o Corvo me mudasse em um sorriso a triste face,
girei então numa poltrona, em frente ao busto, à ave, aos umbrais
e, mergulhado no coxim, pus-me a inquirir (pois, para mim,
visava a algum secreto fim) que pretendia o antigo Corvo,
com que intenções, horrendo, torvo, esse ominoso e antigo Corvo
grasnava sempre: "Nunca mais."

Sentindo da ave, incandescente, o olhar queimar-me fixamente,
eu me abismava, absorto e mudo, em deduções conjeturais.
Cismava, a fronte reclinada, a descansar, sobre a almofada
dessa poltrona aveludada em que a luz cai suavemente,
dessa poltrona em que ela, ausente, à luz que cai suavemente,
já não repousa, ah! nunca mais ?

O ar pareceu-me então mais denso e perfumado, qual se incenso
ali descessem a esparzir turibulários celestiais.
"Mísero!" - exclamo - "Enfim teu Deus te tá, mandando os anjos seus,
esquecimento, lá dos céus, para as saudades de Lenora.
Sorve o nepentes. Sorve-o, agora! Esquece, olvida essa Lenora!"
E o Corvo disse: "Nunca mais."

"Profeta!" - brado - "Ó ser do mal! Profeta sempre, ave infernal
que o Tentador lançou do abismo, ou que arrojaram temporais,
de algum naufrágio, a esta maldita e estéril terra, a esta precita
mansão de horror, que o horror habita, - imploro, diz-mo, em verdade:
Existe um bálsamo em Galaad? Imploro! diz-mo, em verdade!"
E o Corvo disse: "Nunca mais."

"Profeta!" - exclamo - "Ó ser do mal! Profeta sempre, ave infernal!
Pelo alto céu, por esse Deus que adoram todos os mortais,
fala se esta alma sob o guante atroz da dor, no Éden distante,
verá a deusa fulgurante a quem nos céus chamam Lenora,
- essa, mais bela do que a aurora, a quem nos céus chamam Lenora!"
E o Corvo disse: "Nunca mais!"

"Seja isso a nossa despedida!" - ergo-me e grito, alma incendiada. -
"Volta de novo à tempestade, aos negros antros infernais!
Nem leve pluma de ti reste aqui, que tal mentira ateste!
Deixa-me só neste ermo agreste! Alça teu vôo dessa porta!
Retira a garra que me corta o peito e vai-te dessa porta!"
E o Corvo disse: "Nunca mais!"

E lá ficou! Hirto, sombrio, ainda hoje o vejo, horas a fio,
sobre o alvo busto de Minerva, inerte, sempre em meus umbrais.
No seu olhar medonho e enorme o anjo do mal, em sonhos, dorme,
e a luz da lâmpada, disforme, atira ao chão a sua sombra.
Nela, que ondula sobre a alfombra, está a minha alma: e, presa à sombra,
não há-de erguer-se, ai! Nunca mais!

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Aromas

 

Aromas Cheiros Odores
Perfumes Fedores Fragâncias


Aromas de especiarias de
terras distantes.
Cheiro de terra molhada
na caatinga.
Odor de um passado
distante.
Perfume de um presente
não tão distante, poucos
centímetros e uma
paixão.
Fedor de vidas sujas e
não passadas a limpo.
Fragâncias de pequenos
momentos de vida em
crescimento.
Vidas em direção a
aromas de terras não
tão distantes,
com cheiro e súor
de novas peles e novas
sensações.

Odor de exóticas madeiras,
perfume de cores em
flores alienígenas a
nossos sentidos.
Fedor de novas mortes
e novos mortos.
Fragâncias de corpos
humanos no sexo,
espíritos sem cheiro
em corpos suarentos,
envólucros malcheirosos com
pretéritos odores perdidos
na memória.

Em todos os continentes
do mundo, em todos os mundos
das estrelas ande
o homem chegar,
na vida e na morte,
seus aromas o
seguirão.
A vida tem o cheiro
da morte,
a morte o aroma
da vida...
que se foi.

Autor: kleverson

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4.10.10

Braulio Tavares - no Itaú Cultural (SP)


Braulio entre outras coisas comentando sobre a arte de escrever, o momento criativo, suas mais constantes parcerias e uma infância embasada culturalmente. Quem sabe, sabe, minha gente.

3.10.10

Neil Gaiman e o Livro Livre

Tanto se tem falado e combatido recentemente os scans de quadrinhos e revistase recentemente na FLIP de Paraty Neil Gaiman deu essa entrevista e praticamente diz que tá se lixando pros direitos das obras scaneadas, o importante é as pessoas lerem as obras dos autores.

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Untitled

Tanto se tem falado e combatido recentemente os scans de quadrinhos e revistase recentemente na FLIP de Paraty  Neil Gaiman deu essa entrevista e praticamente diz que tá se lixando pros direitos das obras scaneadas, o importante é as pessoas lerem as obras dos autores.

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